quinta-feira, 26 de abril de 2012
EZEQUIEL Caps. 1, 2 e 3 (por Ingrid)
>>>> Em vermelho as
observações da Ingrid, em preto as minhas em resposta e em
azul novos questionamentos:
CAP - 1
a) Ezequiel = Deus fortalece!
Ezequiel em hebraico: יְחֶזְקֵאל, transl. Y'khizqel, AFI: [jəħ.ezˈqel], "Deus
fortalecerá", de חזק, khazaq, AFI: [kħaˈzaq], "força", e אל, el, AFI: [ʔel],
"Deus".
O islamismo fala de um profeta chamado Dhul-Kifl, que costuma ser associado com
Ezequiel, esse nome significa (aproximadamente) "o homem com uma duplicata"
(dobra, gêmeo, etc).
Essas traduções nunca são muito exatas, mas enfim: os
nomes eram reais? Por que os profetas sempre tem nomes com significados tão
legais? (risos)
b) Ezequiel era filho de sacerdote por isso a
linguagem sacerdotal.
Ah! Se todo filho de pastor fosse tão "separado" como Ezequiel, hein?
c) Tinha 30 anos quando recebeu a primeira visão,
idade q começava o ministério sacerdotal (Jesus começou seu ministério aos 30
anos também).
Há uma certa polêmica quanto ao tempo ministerial de
Jesus, será discutida em breve aqui.
d) Aparentemente o profeta utiliza visão simbólica
para chamar a atenção do povo para a mensagem de Deus.. Mas o que são esses
rostos, esses seres? Anjos? (Ap 4:8).
Anjos não, pois não levavam mensagem alguma (anjo = mensageiro), mas o texto em
41:18 revela serem querubins.
e) Verso 20: eles eram livres, a glória de Deus é
livre e não limitada, isso?
Se traduzirmos corretamente "espírito" para "mente", restaria saber sob a mente
de quem eles eram direcionados, se for pela deles mesmos: eles são livres; se
for pela de Deus: eles não são nada livres.
CAP - 2 e 3
a) Ele é chamado para anunciar a Palavra mesmo
que eles não ouçam, pois são rebeldes e desobedecem a Deus.
Vale frisar a importância de se levar o Evangelho sem ficar esperando
oportunidade. Nós precisamos ter o hábito de criar nós mesmos essas
oportunidades se elas não vierem (até porque, um crente que não tem
oportunidades de pregar tem que perceber que há algo de errado).
a) Até que ponto devemos simplesmente "esperar" uma
ocasião, apenas dando testemunho? Visto que também falhamos e isso enfraquece o
mesmo.
b) Devemos focar nosso tempo funcional como cristãos organizando festas
cristãs ou levando o Evangelho?
b) Verso 6: ele não precisa temer a eles, pois Deus
não o abandonaria.
c) Verso 9: o que significa esses suspiros e
lamentações? A desobediência do povo?
Não, os ais, suspiros e lamentações são uma alegoria para a sequência desastrosa
a que Deus acometeria Jerusalém pelas suas transgressões:
===== ais =====
(origem onomatopaica)
interj.
1. Expressão designativa de dor, desagrado, surpresa ou, por vezes, alegria.
s. m.
2. Grito de dor, grito aflitivo.
===== suspiros =====
s. m.
1. Respiração anelante causada por dor ou paixão que move o ânimo.
2. Indício de desejo veemente.
3. [Figurado] Gemido, ai, lamento.
4. Som doce e melancólico.
suspirar
v. intr.
1. Lamentar-se gemendo.
2. Dar suspiros.
3. [Figurado] Soprar brandamente, murmurar.
v. tr.
4. Exprimir por meio de suspiros.
5. Dizer suspirando.
6. Desejar, ter saudades de.
suspirar por: desejar, ambicionar.
===== lamentações =====
Esse creio não precisar de definição. Quando Deus percebe que Ezequiel foi
tomado pela ira (após tomar conhecimento das transgressões de Jerusalém), Ele
manda que Ezequiel lamente, pra que ele não carregue esse ódio no peito, pelo
contrário, sinta angústia pelo povo que irá sofrer.
d) Lucas diz em seu comentário que os versos 2e 3
foram literal, mas porque? Sendo que não fala nos versículos anteriores que o
profeta saiu da visão!
A visão por vezes dá a entende que só um pensamento e algumas vezes não deixa
claro, parecendo ter sido física, mas uma coisa é certa: ele sentia fisicamente
tudo isso, sofria, suspirava, lamentava, etc. O que eu quis dizer nesse caso foi
que ele realmente sentiu tudo isso (desde a sensação de ter que comer o livro
até o gosto do mel). Achei interessante comentar que na visão ele
precisou comer o livro literalmente.
e) Amargo, porém, doce como mel: amargo porque o
povo não queria ouvi-lo e doce como mel, porque mesmo assim Deus nunca abandona
Seu povo.
O Evangelho não é fácil, como qualquer outra função imposta por Deus.
Como disse Dennis Allan: "Quando alguém rejeita a palavra, dói. Quando alguém
começa a servir a Cristo, e volta ao lamaçal do pecado, dói mais ainda. Mesmo
assim, devemos ser fiéis, como foram Ezequiel e João, e pregar a palavra (2
Timóteo 4:2). Por outro lado, a pregação do evangelho tem o seu lado doce. Traz
enorme prazer quando percebemos o desejo sincero de pessoas que querem aprender
sobre Deus. O prazer aumenta quando elas se convertem ao Senhor e começam um
processo de transformação e mudanças profundas."
f) Verso 6 ao 21: Deus coloca Ezequiel com vigia
pra a nação de Israel e diz que se ele não avisasse o homem pecador que está em
pecado, ele morreria junto com o pecador, essa morte é literal? (Nós somos os
vigias do Senhor no NT)
a) Com certeza literal! Vamos refletir:
-- Os 2 mandamentos de Cristo, que (segundo ele) incluem todo o resto: 1) Amar a
Deus sobre todas as coisas; 2) Amar o próximo como a nós mesmos;
-- Como posso dizer que amo o próximo se não der a ele o maior presente de
todos?
-- Qual o maior presente de todos senão a salvação?
-- Se não prego, não dou a única coisa que realmente sei que importa, logo, não
amo e perecerei por isso.
b) Não confundir a diferença entre NT e VT com Lei e Graça. (na dúvida,
pergunte)
g) O profeta fica em silêncio.. é absoluto? ou
apenas com os exilados? Lucas disse: quanto menos contato com o povo, maior a
validade da palavra do profeta, pode ser também para aumentar a ansiedade do
povo que espera a Palavra do Senhor, por isso também o silêncio.
O silêncio foi absoluto, já que ele ficou mudo. Deus nesse momento tira
qualquer possibilidade de mudança na punição, tanto da parte do povo (pois sem
um profeta nada mudaria) quanto da parte dEle (pois assim o povo não clamaria).
O universo conspira contra e a favor de pessoas e povos
conforme Deus assim planeja. Não é exagero botar toda a culpa de qualquer
catástrofe natural ou simplesmente de um acidente de moto ou perda do emprego
nEle, já que tudo ao nosso redor parece ser influenciado pelos nossos erros e
acertos, física e espiritualmente.
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Continue acompanhando os posts sobre a análise desse livro.
Para quaisquer eventuais dúvidas, acréscimos ou controvérsias, entre em contato
pelo email:
lucasyahn@hotmail.com
sábado, 21 de abril de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
sábado, 14 de abril de 2012
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Julgue, sim! É o que a nossa Bíblia nos diz.
Diariamente nos deparamos com expressões como "não me julgue, é pecado" e coisas fora de contexto como essas, com vários tipos de pessoas, independente do seu "nível" intelectual ou conhecimento bíblico.
Primeiro vamos a alguns textos contundentes ao 'julgar' de forma bíblica, que não é pecado. "O pecado está em julgar de forma inadequada e sem os princípios bíblicos, ou julgar de forma hipócrita." (Robson T. Fernandes):
“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” (Jo 7:24)
“Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo” (1Co 10:15)
“Julgai entre vós mesmos…” (1Co 11:13)
1 --- A Bíblia está, declaradamente, incentivando o julgamento; você não precisar ter cérebro pra perceber isso.
2 --- Paulo tinha medo de ser julgado pelas pessoas? Não! Ele mesmo dá uma ordem: me julguem! E ele vai mais longe sugerindo que seja julgado conforme a "reta justiça". (1Co 10:15)
Até aqui já fica mais que óbvio: não é errado julgar, e você pode (e deve) usar a Bíblia como medida, que é ainda pior do que usar seus conceitos, pois a Bíblia é muito mais dura! Dessa forma, qual seria o medo de quem é julgado então? Você tem medo de ser julgado? O que anda fazendo? Hummm.
3 --- Não só Paulo, mas também João afirma que deve-se julgar, mas não se deve utilizar conceitos pessoais e particulares como base ou nossas "experiências", mas a Escritura, que é a "reta justiça".
4 --- Repare que, mais que não proibir, ambos desafiam que o julgamento seja logo feito, para que se comprove sem pormenores que há coerência bíblica. Temer julgamento releva medo. Se você me disser que eu não posso te julgar, ao contrário do que disseram Paulo e João, o que devo pensar a seu respeito?
Agora vamos ao texto mais utilizado em defesa dos que temem julgamento: Mateus 7:1-13
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.”
1) Pra começar, o texto não é uma ordem e sim uma CONDICIONAL, o que é totalmente diferente. Só alguém muito ignorante não enxergaria isso: "não julgue, PARA QUE não seja julgado", doutra forma o texto pode dizer: julgue e seja julgado. Aí eu te pergunto: qual o problema? Tem medo de que?
2) O texto apenas explica que quem julga deve estar preparado para ser julgado também: “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados”. Se você é um cristão honesto, não deve temer, sabe que não corre risco algum, mas se teme o julgamento, há com certeza algo errado na sua integridade (reveja isso logo!).
"O texto também é bastante claro quando afirma que este julgamento – para quem julgar – não virá de Deus, mas da própria sociedade. Está escrito: “vos hão de medir a vós” (v.1)." (Robson T. Fernandes).
3) Seremos supostamente julgados conforme o que dizemos ao julgar: “com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós”. Ou seja, se você fala mal de quem fofoca, pra começar já está fazendo a mesma coisa! Quem vê erro em tudo, não pode errar! De uma forma geral, se não quer que alguém aponte o dedo pra um deslize seu, não fale sobre esse assunto.
As pessoas irão observar (discernir, julgar) quais critérios que usamos pra fazer o nosso julgamento, e irão usar os mesmos critérios conosco (v. 2). Então qual o problema, não é? Agora, se você vê algum problema nisso, então você realmente não deve julgar; antes, se examine e conserte os erros seus primeiro.
4) O julgamento não pode ser hipócrita: “tira primeiro a trave do teu olho”. Por exemplo: a) citar a falta de algo na vida de alguém, não tendo ela própria. b) falar mal de sexo antes do casamento sendo que casou por ter engravidado a moça; c) falar mal de fofoqueiro (isso é muita incompetência intelectual, convenhamos), etc.
Veja que o problema não é o julgamento em si, mas a hipocrisia, a cara de pau, e a ignorância de quem julga uma causa quando está cometendo ou cometeu o mesmo erro.
5) Corrija primeiro os seus próprios erros e assim poderá julgar os outros: “então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”.
Se você está realmente lendo a Bíblia, verá que no final Jesus não manda não julgar, nem deixar o argueiro no olho do irmão. JESUS MANDA TIRAR O ARGUEIRO, isto é, JULGAR, SIM! MAS DE FORMA HONESTA E ADEQUADA! Por isso não é errado julgar. É errado julgar quando se comete o mesmo erro (v.5).
Nesse exato momento você deve estar julgando este artigo, parabéns!
Julgue à vontade, de preferência tendo a Bíblia como medida e padrão.
Se você ainda pensar: quem sou eu pra julgar?
Ora, se a Bíblia recomenda o discernimento entre certo e errado, e se, tanto o discernimento quanto a exortação são aspectos considerados "dons" divinos e funções eclesiásticas, então eu é que te pergunto: quem é você pra NÃO julgar?
Não esqueça disso:
Jesus, Paulo e João julgavam e orientaram o julgamento.
OBS.: Julgue, mas não acuse e deixe a condenação com Deus, ok?